In dieser Anthologie ist zum ersten Mal die Lyrik des brasilianischen Dichters Augusto de Campos (Jg. 1931), eines der Mitbegründer der Konkreten Poesie, in deutscher Sprache zu lesen. Als Mitglied der Noigandres-Gruppe, die im Austausch mit Eugen Gomringer den Begriff “Konkrete Poesie” prägte, war er in den 1950er und 1960er Jahren in den wichtigsten Ausstellungen und Publikationen dieser Lyrikrichtung vertreten. In Deutschland wurden seine programmatisch konkreten Gedichte – unübersetzt, meistens mit einem Glossar versehen – u.a. in der von Max Bense und Elisabeth Walther herausgegebenen Reihe rot oder in Hansjörg Mayers futura-Drucken veröffentlicht. Seine ursprünglich auf die klassische Avantgarde gegründete Lyrikkonzeption führte in den späteren Jahren konsequent zu Experimenten mit der digitalen Poesie weiter. Augusto de Campos hat für sein Gesamtwerk verschiedene Preise erhalten, u.a. den Verdienstorden für Kultur der brasilianischen Regierung (2015), den Iberoamerikanischen Lyrik-Preis Pablo Neruda (Chile, 2015) sowie den Internationalen Janus Pannonius-Preis für Lyrik (Ungarn, 2017).
Nesta antologia, a poesia de Augusto de Campos (nascido em 1931) pode ser lida em alemão pela primeira vez. Um dos fundadores da poesia concreta, com seu irmão Haroldo de Campos e o amigo Décio Pignatari, criou o Grupo Noigandres e cunhou o termo “Poesia Concreta” numa intensa troca de ideias com o poeta suíço-boliviano Eugen Gomringer. O termo apareceria inicialmente no número 2 da revista Noigandres, em 1955. Desde ao final da década de 50, a obra de Augusto de Campos esteve representada em exposições e publicações das mais importantes no mundo. Porém, na Alemanha, seus poemas nunca haviam sido traduzidos. Geralmente eram estampados em português e aos leitores eram fornecidos um glossário, como os que foram publicados por Max Bense e Elisabeth Walther, ou nas impressões de Hansjörg Mayer. Sua concepção de poesia, originalmente baseada na vanguarda clássica, levou-o constantemente a experimentos com poesia digital nos últimos anos, suportes além das páginas de livros, até chegar na poesia digital, publicada em mídia social. Augusto de Campos recebeu vários prêmios por todo o seu trabalho, incluindo a Ordem do Mérito da Cultura pelo governo brasileiro (2015), o Prêmio Ibero-Americano de Poesia Pablo Neruda (Chile, 2015) e o Prêmio Internacional Janus Pannonius de Poesia (Hungria, 2017).
Sobre o autor
Sobre a tradutora
Simone Homem de Mello é escritora e tradutora literária. Estudou Letras (Anglo-Germânicas e Latinas) na Universidade de São Paulo, fez mestrado em Literatura Alemã na Universidade de Colônia (Alemanha) e doutorado em Estudos da Tradução na Universidade Federal de Santa Catarina. Durante seu período de vida na Alemanha (nas cidades de Colônia e Berlim), de 1993 a 2010, trabalhou como autora, dramaturgista, libretista de ópera, tradutora e redatora. Escreveu libretti para as óperas Orpheus Kristall (música: Manfred Stahnke, Biennale für Neues Musiktheater, Munique, 2002), Keine Stille außer der des Windes (Nem Silêncio senão o do Vento, música: Sidney Corbett, Bremer Theater, 2007), UBU – eine musikalische Groteske (música: Sidney Corbett, Musiktheater im Revier, Gelsenkirchen, 2012). Seus poemas em português estão reunidos nos livros Périplos (São Paulo, Ateliê Editorial, 2005), Extravio Marinho (São Paulo, Ateliê Editorial, 2010), Terminal, à Escrita (São Paulo, Lumme Editor, 2015) e em antologias brasileiras e estrangeiras de poesia contemporânea. Como tradutora, dedica-se especialmente à poesia moderna e contemporânea de língua alemã e à obra do escritor austríaco Peter Handke. Coordenou, de 2012 a 2014, o Centro de Referência Haroldo de Campos no museu Casa das Rosas, onde hoje atua como pesquisadora de acervo. Desde 2011, coordena o Centro de Estudos de Tradução Literária do museu Casa Guilherme de Almeida. Suas últimas publicações são Haroldo de Campos Tradutor e Traduzido (coorganização, Editora Perspectiva, 2019), Editando o Editor – Guilherme Mansur (EDUSP, 2018) e Histórias em Imagens e Versos – Wilhelm Busch traduzido por Guilherme de Almeida (crítica literária, Ateliê Editorial, 2017).